O Distrito 12

Admin Mensagens : 212 Data de inscrição : 14/11/2013

DISTRITO 12

Toda a população do Distrito estava aglomerada na praça, esperando a chegada de Dante Archer. Muitos pareciam tristes, outros caindo em prantos, afinal, o Distrito 12 não havia obtido um resultado tão bom desde a vitoriosa Katniss.

- Senhoras e senhores, apresento-lhes o vitorioso da Septuagésima Sétima edição dos Jogos Vorazes, Dante Archer!

Todos aplaudem, e as pessoas se mostravam bravos, magoados e tristes quanto ao vitorioso. Katniss estava lá também e acenou com a cabeça para Dante. A vitoriosa usava um chapéu idêntico ao que ele recebera nos jogos e parecia ter entendido que ele só fizera aquilo porque era necessário. Ninguém comentou sobre o chapéu da vitoriosa. A madrasta e irmã de Demon e a família de Alexis estão nos espaços reservados para a família dos tributos caídos. A irmã de Demon chorava sem parar e a mãe olhava com seriedade para o garoto. Quanto a familia de Alexis, se mostraram tristes, porém, indiferentes.

Assunto: Re: O Distrito 12 Qui Abr 17, 2014 3:41 pm

MAIA HUTCHCOON

HE IS NOT AFRAID ANYMORE

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Assunto: Re: O Distrito 12 Seg Abr 21, 2014 8:54 am

DANTE ARCHER

Foi só quando cheguei ao Distrito 12 que me apercebi da realidade.
Eu havia morto Demon.

Demon, que antes havia sido meu aliado, era do Distrito Doze. Me lembro de ver o símbolo do Distrito mineiro no seu traje na arena. E o chapéu de Cowboy que me enviaram como patrocínio... e que aliás, estava usando hoje, tinha uma flecha dourada como pendente. E flechas e dourado são duas coisas que automaticamente qualquer cidadão de Panem associa a uma certa pessoa.

Katniss Everdeen.

E lá estava ela, num lugar reservado no palco, usando um chapéu igual ao meu. Ela assente para mim com a cabeça e eu faço o mesmo. "Obrigado", formo em meus lábios.

Finalmente encaro o público. Pessoas zangadas, pessoas tristes chorando. Eu já estive ali - quer dizer, não bem ali, no Distrito Dez. Mas na mesma situação - chorando por alguém. Volto a sentir aquela dor no peito com a qual já sou tão familiar, antes de olhar para a frente. Para o lugar reservado para as famílias dos Caídos. Primeiro a família da garotinha... não me lembrava bem dela, mas ver uma criança tão nova ali custa. E muito. Depois encaro a família de Demon... mas não consigo olhar eles nos olhos. Muito menos a imagem de Demon projetada por detrás. Parecia me estar olhando fixamente, como se pretendesse assombrar o que me resta da vida. Eu também já estive ali, no exato mesmo local que aquela família correspondente no Distrito Dez.

É engraçado como conheço os três pontos de vista. O público que sofre com a perda de um amigo, a família que sofre com a perda de um irmão. E agora o vitorioso. Que sofre por ter morto alguém para chegar ali. Não sei qual dos três é pior.

Dou uma vista de olhos no cartão que a acompanhante do Capitólio me deu para eu ler, mas logo o amachuco bem ali em frente de todos, e guardo o que resta dele em meu bolso. Com meu coração aos pulos, em passos lentos me aproximo do microfone antes de agarrar nele. Sinto como todo ele treme graças à minha mão, então logo o largo.

Ergo meu olhar para o público, passando pelas famílias dos Tributos, e seguro meu chapéu antes de começar a falar.

- Quando eu me voluntariei - começo, - não pretendia me aliar a ninguém. Nem mesmo à minha companheira de Distrito, se esta não tivesse sido Ellie. Mas isso é outra história. Bem, o Capitólio colocou Demon em meu caminho. Como todos vocês sabem, eu fui acorrentado a ele, não me dando outra escolha senão me aliar a ele. Ou cortar o seu braço. - solto uma pequena risada para aliviar a tensão, mas continuo me sentindo mal. - Claro que eu fiquei irritado, chateado. Mas aceitei meu destino. E agora agradeço a Deus por isso, porque sem Demon eu não estaria aqui. - olho para o chão antes de continuar. - Quando a gente se separou, eu pensei que não teria que o voltar a ver. Não me levem a mal, digo isto porque simplesmente já não em sentia capaz de presenciar sua possível morte. Mas quando eu menos esperava, o destino nos juntou de novo. Num momento bastante tenso, em que me vi cercado por mortais Carreiristas, Demon voltou a aparecer. E apesar de eu ter sido responsável pela morte de sua aliada, ele não deixou de me ajudar - até tentou impedi-la de me atacar. E isso foi algo que aprecio muito. Demon era um guerreiro, mas acima de tudo, era um amigo. E infelizmente foi só nessa altura que notei a compaixão dele por mim. Fazer amigos na arena era a última coisa que eu queria, mas Demon foi um amigo. E como tal, não houve coisa pior que ser o responsável pela morte dele. O Capitólio sabia disso. Sabia que teria um bom espetáculo ao colocar nós dois num Coliseu. Talvez se eu não me tivesse voluntariado, Demon estaria aqui em vez de mim. Ele faz parte das razões pela qual me ... - ia dizer que me arrependia de me ter voluntariado, mas não sei se é boa ideia dizer isso em público. - Quero dizer, faz parte das razões pela qual não me sinto totalmente bem em estar aqui, prestes a regressar para a minha família. - Okay, talvez eu não fosse mesmo bom com as palavras. Acabei de dizer que iria regressar para minha família, enquanto que de Demon apenas seu corpo regressará. - Eu sinto muito, - acabo por dizer. - Sinto muito mesmo. Me perdoem.
Decidi me calar quando vi que a coisa não estava correndo bem, antes de fazer alguma asneira.

Oh Lord, send me transmissions
Forgive me for what I've become
The sun has come to save me
put a little love into my lonely soul

Assunto: Re: O Distrito 12 Ter Abr 22, 2014 3:00 pm

MAIA HUTCHCOON

Dante fala coisas sobre como Demon poderia ter vencido se ele não tivesse se voluntareado. Neste exato momento, começo a chorar, mas sei que o garoto não tem culpa. Só quis mostrar a força e a garra que Demon tinha, pelo menos foi isso que entendi.

Demon, se estiver em algum lugar, sem dúvida estará aqui. Vendo Dante discursar. Meu menino parecia gostar muito de Dante, se eles tivessem se conhecido em outro lugar, em outra ocasião, em outra vida, em outro tempo...teriam sido muitíssimo amigos. Mas não escolhemos nascer, nã escolhemos quando, onde ou porque nascer. Mas sem dúvida, Demon não escolheu morrer deste jeito. Ele não merecia uma coisa destas. Mas será lembrado...lembrado como um garoto guerreiro que, mesmo tendo vivido pouco, viveu intensamente e com orgulho de ser quem era.

Começo a chorar um pouco mais, enquanto Dante me encarava, e logo após, o garoto para de falar. O tumulto se inicia e todos começam a murmurar. Dante pareceu estar ocultando algo de nós, mas não me importa o que. Um vencedor deve ter lá seus segredos e não vou me meter nisso. A partir de agora minha única preocupação será em relação a Minnie, minha filha. Deixarei-a viva custe o que custar.

Enquanto Dante não falava nada, presto atenção em tudo a minha volta, até que, em alguns metros atrás de mim, vejo um aerodeslizador, vinha com um símbolo da Capital, e logo percebi o que era. Logo grito para Dante:
- É o De....De... - não consigo continuar, engasgo em minhas palavras e começa a chorar, até que ganho coragem e continuo - É O DEMON! SEU CORPO FINALMENTE CHEGOU! - agora, e de uma vez por todas, todos se calam e contemplam o aerodeslizador. Alguns choram, outros rezam, e alguns apenas olham de cara séria para o transporte. Eu vejo além disso. Vejo um lindo garoto deitado em um caixão pensando no hoje, no amanhã, pensando no sempre, pra sempre...

HE IS NOT AFRAID ANYMORE!

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