Entrevista com Dante Archer

Admin Mensagens : 212 Data de inscrição : 14/11/2013

A Entrevista

A platéia está em alvoroço. Todos estão muito agitados e ansiosos para receberem a presença do grande vitorioso da Edição 77th. Dante Archer entraria em segundos e conversaria com toda Panem, em rede nacional. Bord e Cord adentram ao palco com muita elegância e sorriem para a plateia. Todos aplaudem e ficam em silêncio, esperando ansiosamente pelas palavras dos apresentadores.

- Bem vindos! -Diz Cord.

- Esta noite receberemos nossa grande estrela nos jogos. - Começa Bord. - O matador de carreirista. O domador de bestantes. O nosso incrível garoto que tocou muitos corações e que tem seus irmãos como motivação... Dante Archer!

Cord sai de cena, deixando apenas Bord a espera de Dante.O apresentador espera o tributo entrar e se sentar ao seu lado.

- Então, Dante. Vejo que está elegante. Três perguntinhas rápidas e fáceis para começar. Qual foi seu último pensamento ao matar Demon? O que você espera do seu retorno para casa? Como estão suas cicatrizes, digo, seu corpo teve boa recuperação?

Assunto: Re: Entrevista com Dante Archer Sáb Abr 05, 2014 9:48 am

Romeo Citrine

Caleo está morto, Mellary logo em seguida, é pequeno Romeo... seus anos de vitorioso não trouxeram nenhum vencedor ainda do Distrito 1. Visto minha roupa típica das festas mais elegantes que o Capitólio me oferece. Terno em tons amarelados, mais puxados para o dourado como sempre, gravata branca com alguns cristais de citrino, minha gravata favorita. Sapatos negros pra fugir um pouco do comum e o cabelo todo para trás.

É quase impossível me libertar de todos os pesadelos que me cercam a respeito de minha edição. Os mais frequentes são de Milliana em seu mar de sangue e de Aura me apunhalando diversas vezes pelas costas. Porém durante esses jogos que não duraram tanto, me renderam pesadelos com o rapaz do dez. Zachary Archer. Vejo ele numa cabina avermelhada enquanto eu me recuo em outra, tenho apenas um botão para apertar, o de número um. Clamo para o idealizador que não me mate e eu tenho certeza de que o rapaz iria apertar o botão de número dois, me olhava com extrema malícia e um sorriso sarcástico, porém meu desejo não é atendido e dessa vez as bestas funcionam. Um. Dois. Três. Quatro tiros me acertam e eu resisto, não caindo no chão mas sentindo uma dor insuportável enquanto Archer gargalhava do meu sofrimento.

Dante, seu irmão, acabara de vencer os jogos e os pesadelos só se tornaram mais frequentes a partir de então durante a sua recuperação dos Jogos. Sinto um calafrio percorrendo o meu pescoço e sigo em direção ao estúdio onde seria realizada a entrevista. Cumprimento os outros mentores como de costume, eu com meus vinte e quatro anos não pareço mais como antigamente, hoje tenho barba e bigode baixos, o que deixa o pessoal do Capitólio extremamente irritado já que o ideal de beleza é totalmente sem pêlos, eu realmente não me importo e deixo que falem. Logo me sento na primeira cadeira da primeira fileira, esperando a chegada de Dante, estou muito ansioso pelo pequeno Archer Voluntário Vencedor.

Assunto: Re: Entrevista com Dante Archer Dom Abr 06, 2014 8:50 pm

DANTE ARCHER

Eu estou vivo. Eu estava mesmo vivo.
Juraria que havia escutado meu próprio canhão no Coliseu. Como se isso fosse possível, mas para o eu cansado, massacrado, e à beira da morte da altura, tudo era possível.

Meu corpo demorou dias para sarar. Principalmente essa ferida horrível no peito. Foram precisas não sei quantas operações para concertar meu pulmão. Mas o meu braço... isso foi o pior. Estava péssimo e não conseguiram fazer muito para me devolver a mobilidade neste, parecia que a faca havia atingido um nervo importante.

Com o tempo que demorei a recuperar, o Capitólio estava já agitado demais com minha entrevista. Eu não estava lá muito feliz por ter que ver meu estilista mal humorado de novo, mas tenho que admitir que ele fez um bom trabalho me arranjando patrocinadores e não deixei de lhe agradecer por isso.
Ele veio me entregar a roupa que teria que utilizar nessa entrevista - algo bem mais simples dessa vez - consistia numa camisa formal negra, completa com uma gravata cor de sangue e um terno feito da pele de animais do Distrito Dez. As cabeças de animais que me acompanharam na primeira entrevista também estavam presentes - mas desta vez, eram réplicas da cabeça inteira do animal, em vez das duas caveiras. Não pude deixar de ver isso como uma analogia - na primeira entrevista, fui vestido com o crânio de animais, como se a morte já tivesse traçada em meu destino. Dessa vez, me vestiram com a cabeça inteira do animal, com os olhos abertos e pintados de uma forma que parecia lhes dar vida.

É então que oiço Cord me chamar. "Matador de Carreiristas", "Domador de Bestantes". Mas é quando ele menciona meus irmãos que mais estranho me sinto.

Respiro fundo e, em passos lentos, me dirijo até ao palco. Levanto minha mão esquerda e, com um sorriso estampado no rosto, aceno para o público. Os meus olhos percorrem a plateia até pararem bem na primeira fila. Sinto meu coração acelerar.
Eu reconheceria aquela roupa característica em qualquer lado, mesmo com sua face ter mudado tanto ao longo destes anos. Não podia ser... Romeo Citrine!?

Por momentos eu estava em uma realidade diferente. Uma realidade em que só tinha eu e Romeo. Cerrei meu punho com força, como se segurasse meu chicote, e quase cerrei meus dentes com a raiva. Como ele ainda teve a lata de aparecer aqui!?
Mas eu precisava me controlar. Precisava voltar à realidade e deixar meu passado. Eu aprendi como a vingança é algo inútil e foi isso que me levou à vitória. Caso contrário, teria perdido minha vida ao tentar tirar a de Caleo. Eu não me podia deixar ir abaixo agora, não... agora estou no presente. As coisas com Romeo é assunto para resolver noutra altura.

Então tento disfarçar minha confusão com um tossido e sigo meu caminho até me sentar na cadeira ao lado de Bord. Deixo um longo suspiro sair para me tentar acalmar.

- Ora muito obrigado, Bord. Posso dizer o mesmo quanto a você. - digo, ao cumprimentá-lo. - Que bom poder voltar a ver todos vocês - digo agora para o público, mas o que realmente queria dizer era como era bom estar vivo. É então que Bord toca no assunto de Demon, que me provoca o já tão familiar aperto no peito que tento ignorar mais uma vez. - O meu último pensamento... eu quis manter vivo naquele momento o pensamento de estar um passo mais perto de voltar para meus irmãos. - Faço uma pequena pausa. - Mas também pensei em se Demon me perdoaria. Em se ele entenderia meus motivos.

Preciso fazer mais uma pausa antes de continuar a entrevista; meu instinto quase me levou a procurar por Romeo de novo.

- Ah, Bord... muito aconteceu comigo desde o momento em que me voluntariei. Estou morrendo de saudade do Distrito Dez. Mas eu me apercebi que o que fiz não fora propriamente a melhor decisão de minha vida. Espero ser recebido por minha família e amigos com amor, mas não me impressionarei se isso não acontecer. Eu sei que os magoei e só espero que me perdoem. Quanto à Fazenda Archer, devo deixar claro que mesmo com minha futura casa na Aldeia dos Vitoriosos, nossa Fazenda continuará trabalhando da mesma forma, então poderão continuar a contar com nossos produtos. - Falo, piscando o olho para a plateia com um sorrisinho engraçado. - Quando à minha recuperação... bem, minha perna até está bastante boa. Meus pulmões também, mas a lança de Demon deixou uma cicatriz bem feia. Nada que vocês queiram ver. - Solto uma pequena risada. - O pior foi este negócio aqui - falo, apontando para meu braço direito. - Mal o consigo mexer e duvido que alguma vez recupere totalmente sua mobilidade. Felizmente sou canhoto. - Rio mais uma vez. - Mas falando a sério, não é nada que eu não mereça. Não podia sair daquela arena intato, não seria justo. Essa Arena me mudou, e gosto de pensar que a mobilidade no meu braço direito foi só algo que eu perdi pelo caminho mas que me ajudou com essa mudança. Um pedaço de mim que tive de deixar para trás.

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ENTREVISTA

O público vai a loucura com a voz de Dante. Todos parecem estar feliz com ele e com sua vitória.

- Excelente matador de carreirista! - sorri Bord. - Você terá mais tempo para dizer sobre os tributos que morreram na própria turnê, portanto, as perguntinhas pessoais vem daqui! Está esperando por alguém lá fora? Digo... Um par romântico? - Bord pergunta dando uma piscadela. - O que você mais gostou nos jogos? Conseguiu levar aquela gorila que te ajudou na batalha para junto com você?

Assunto: Re: Entrevista com Dante Archer Qua Abr 09, 2014 7:44 pm

DANTE ARCHER

O público parecia estar realmente contente com minha presença, e apesar de ser o povo do Capitólio, isso me fazia sentir um pouquinho melhor.
Bord volta a me apelidar o matador de Carreirista, o que me deixa com um sorrisinho tonto nos lábios, mas que logo se desvanece quando o entrevistador passa para as perguntas pessoais. Pensava que ia tocar no assunto de meus irmãos, mas ele decide virar o assunto para aqueles temas que deixam o Capitólio louco - a vida romântica. Infelizmente para eles, esse era um ponto inexistente em minha vida.

- Ah, Bord - começo com um sorriso torto. - Só tem meus irmãos e amigos chegados esperando lá fora. Isto é, nem tenho essa certeza. - Falo a última frase murmurando, pensando que talvez meus irmãos não tenham gostado de minha escolha em vir para aqui. Gostariam de ter um assassino como irmão? - Faz já muito tempo desde que tomei a decisão de não me apaixonar. É difícil, eu já achei que não fosse capaz, afinal está na natureza humana. Mas o fantástico da nossa mente é o poder de contrariar a natureza humana, e é nisso que estou trabalhando. Eu vi coisas horríveis acontecerem, Bord. Não queria ter que passar pelo mesmo. - Minha entoação foi diminuindo à medida que falava. Comecei a me sentir pior e pior a cada palavra, me relembrando da namorada de meu irmão que era tão próxima à família. E de como Zachary ficou depois disso... como nunca mais foi o mesmo. As imagens me voltavam à cabeça, e me relembrei de Romeo no público novamente. Sacudi a cabeça. Não... agora Zachary estava com ela, eu sei que sim. Talvez estejam em um lugar melhor que esse onde a morte não é considerada uma diversão.

Felizmente Bord muda de assunto rapidamente, vejo que o público ficou meio que confuso com minha resposta e pareciam querer saber mais, mas felizmente não me questionaram mais acerca disso. Talvez Bord saiba o que se passou.

- O que gostei mais nos Jogos, você quer saber? - Olhei ele direto nos olhos. Como poderia eu ter gostado de ver Ellie morrer? Ou de matar meu próprio aliado? Tentei pensar numa resposta rápida. - Dos bestantes. A gente do Dez está habituada a montar vacas e cavalos. Não abelhas gigantes e gorilas. - Solto uma gargalhada, e o público ri junto. - Sem os bestantes eu não estaria aqui, Bord. Os animais, mesmo geneticamente modificados, nunca me iludem. - Ele então me pergunta sobre o gorila, aproveitando a deixa. - Felizmente consegui sim, Bord. Fico eternamente grato ao Capitólio por me ter permitido isso. - Mentira, por mais feliz que me fizesse, eles continuariam sendo os responsáveis pela morte de Ellie. - Sinto que essa gorila foi posta em meu caminho por Ellie. É como se ela continuasse ali do meu lado, quer dizer, seu espírito parecia estar lá com aquela gorila. Foi o que eu senti quando a vi crescer assim. Foi como se Ellie ainda me estivesse ajudando...

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A Entrevista

Dante responde as perguntas e quando fala sobre Ellie consegue arrancar algumas boas lágrimas do capitólio. Bord continua sorrindo e fazendo graças como sempre.

- Bom, muito bom... - diz o apresentador. - Obrigado pela visita, matador de carreiristas, espero realmente que essa nova fase da sua vida seja repleta de alegria e felicidades. - O apresentador se levanta e se volta para o público. - Este é DANTE ARCHER, O Matador de Carreiristas, Domador de Bestantes e o último vitorioso dos Jogos Vorazes! - O apresentador finaliza com um estrondo e o capitólio vai a loucura.

ps: agora você pode postar aqui como foi sua saída, ou então aguardar a liberação da turnê.

Assunto: Re: Entrevista com Dante Archer Sáb Abr 12, 2014 6:26 am

DANTE ARCHER

- O prazer foi meu, Bord. - Os soluços por parte do Capitólio me deixam um pouco incomodado, me sinto mal por Ellie. Queria que ela soubesse que não era tão odiada como pensava. Se ao menos eles a tivessem feito entender isso. Se ao menos... se ao menos o Distrito Dez não fosse tão subestimado. O mesmo foi com Zachary. Pensar nele me fez sentir péssimo, por mais feliz que estivesse por voltar a casa. Entrei aqui com um objetivo que não cumpri. Esse objetivo mudou ao longo de meu percurso, e mesmo assim me sinto mal com isso. Como se tivesse desapontado Zachary. O que é uma autêntica estupidez, porque se fosse para Zachary ficar desapontado comigo, foi logo na altura em que me voluntariei.
Me levanto de minha cadeira quando Bord me apresenta e levanto meu braço esquerdo no ar como sinal de vitória. Me despeço do público com o aceno, mas não saio do palco antes de cruzar meu olhar com Romeo mais uma vez e lhe lançar um sorrisinho irônico.

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