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| A Colheita: Distrito 04 | |
| | Autor | Mensagem |
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Roggo Kross Admin
Mensagens : 212 Data de inscrição : 14/11/2013
| Assunto: A Colheita: Distrito 04 Sex Jan 03, 2014 10:43 pm | |
| A COLHEITAUma representante da capital, de roupas turqueza, cor que representava o Distrito 4, aparecera entre a multidão da praça central do distrito, sorrindo histéricamente. Ela subiu no palco, aonde dava para ver os homens e as mulheres separados por idade e sexo.
Havia dois globos ao lado dela, uma estava com o nome das mulheres de todo o Distrito 4, e o outro continha o nome dos homens. Ela sorriu, e no telão no centro da praça começou a passar um filme sobre os dias negros de Panem. Depois do filme, ela pegou o microfone, e falou.
▬ Chegou a hora, de selecionar um corajoso garoto e garota para ter a honra de representar o distrito quatro, na septuagésima sétima edição dos Jogos Vorazes.Atenção, TRIBUTOS
Você deve postar nesse tópico, narrando quando chegou, assistiu o filme e viu tudo acontecer. Mas atenção você irá narrar apenas a sua entrada, o tributo será selecionado por mim, então não deve mencionar que se voluntariou ou foi selecionado, narre apenas que você está presente no local. O que sente.
Poste o quanto antes. | |
| | | Indigo Possmoser
Mensagens : 47 Data de inscrição : 01/12/2013 Idade : 29 Localização : Distrito 4
Situação Saúde: (84/100) Fome: (75/100) Sede: (68/100)
| Assunto: Re: A Colheita: Distrito 04 Sex Jan 10, 2014 11:58 am | |
| Indigo Possmoser Acordo cedo, muito cedo por sinal, e não consigo mais dormir. Eu sei que não tá na hora de ir, mas a ansiedade me consome. Não vejo a hora de toda a Panem conhecer o grande Indigo Possmoser, o futuro vitorioso da 77º Edição dos Jogos Vorazes. Me levanto da cama e tomo um bom banho. Preciso estar na minha melhor forma, por isso decido ir me exercitar antes da minha grande aparição. Corro para a praia e percorro mais ou menos dois quilômetros, sem parar. Depois, exercito meus braços. Todos precisam notar cada parte do meu corpo.
Volto para casa e tomo outro banho. Me perfumo e me visto. Coloco uma regata branca, que deixa todos os meus músculos à mostra, uma bermuda e um chinelo de dedos. O público adora o charme do Distrito 4, e é claro, vão amar mais ainda em mim. Espero só para ver a cara dos outros tributos quando perceberem que eu sou o favorito...
Chego na praça e todos me cumprimentam. Os garotos abrem caminho para eu me cadastrar, as garotas me cercam e eu mal consigo dar o sangue para a bela pacificadora. Sou o centro das atenções, espero que Gloria não fique com ciúmes de eu ter toda a atenção. Mas não importa, aquela garota é tão lesada que nem vai perceber. Não duvidaria se morresse no Banho de Sangue.
Assim como fizeram na fila da inscrição, os babacas do meu distrito abrem caminho entre a multidão. Me posiciono bem na frente de todos, deixando claro que eu serei o voluntário deste ano. Agora é só esperar a hora chegar para que conheçam Indigo Possmoser, o tributo foda do Distrito 4. That boy is a monster! He's a wolf in disguise, but I can't stop staring in those evil eyes...
Última edição por Indigo Possmoser em Sáb Jan 11, 2014 6:25 pm, editado 1 vez(es) | |
| | | Cafira Seamus
Mensagens : 54 Data de inscrição : 01/12/2013 Localização : Distrito 4
Situação Saúde: (52/100) Fome: (62/100) Sede: (45/100)
| Assunto: Re: A Colheita: Distrito 04 Sex Jan 10, 2014 3:50 pm | |
| Cafira Seamus Meu pai havia acordado mal. Sequer conseguia se manter erguido na cadeira de rodas. Minha mãe havia chorado, seus olhos inchados não negavam, mas ela ainda tentava me convencer de que tudo ficaria bem. Eu sentia que não. Nunca em tantos anos de debilitação meu pai ficou tão mal quanto estava agora, impossibilitado até de trabalhar.
Eu já estava pronta para a colheita quando fui até seu quarto. Ao lado de sua cama um pacificador se impunha, como um estranho dominador. Como a presença na colheita era obrigatória, minha mãe precisaria ir, e teria de deixar meu pai sozinho com o pacificador.
Papai sorriu quando me viu. Sentei ao seu lado e segurei sua mão cuidadosamente. O homem frágil e sonolento na cama sequer lembrava o homem forte que meu pai já havia sido.
― Eu não poderei estar lá, minha menina ― ele murmurou com dificuldade ―, mas pode ter certeza que estou orgulhoso do que fará.
Meu pai nunca escondeu seu desejo de ir para a arena, mas ele era um jovem pobre e magro, jamais venceria. Ele fez de tudo para crescer na vida, e conseguiu, mas sua felicidade nunca foi completa. A frustração de ter perdido sua chance de participar dos Jogos Vorazes ainda queimava dentro dele.
― Farei o possível para orgulhá-lo, papai.
― Não. Você vencerá ― ele corrigiu.
Eu poderia ter meus defeitos, que não eram poucos, mas jamais decepcionaria meus progenitores. Quanto à vitória... Bem, eu não tinha tanta certeza de que a conseguiria.
― Precisamos ir, Cafira ― mamãe avisou, a voz fria. Ela andava agindo de forma estranha desde que acordou.
― Você vencerá ― repetiu meu pai. ― Verei você como vitoriosa antes de morrer, menina.
Acariciei seu rosto, memorizando cada detalhe, cada ruga, cada expressão por mais discreta que fosse. Talvez eu não visse novamente seu rosto. Eu não tinha certeza se ganharia, mas estava fazendo isso por eles. Porque, de qualquer forma, a vida não teria valor se eles não se orgulhassem de mim.
― Vencerei, papai ― afirmei, na intenção de lhe oferecer alento. ― Amo você.
Ele sorriu, apertou minha mão levemente e adormeceu.
Na praça, as atenções estavam focadas nos carreiristas voluntários: Indigo e Gloria. Os nomes de ambos circulavam há meses por todo o distrito. Foi incrivelmente difícil manter meus pais no escuro quanto a isso.
Eu caminhava para a fila de identificação quando minha mãe me deteve, segurando meu braço.
― Não desista ― ela pediu, sem me olhar diretamente. Não era um pedido, era quase uma súplica.
Encarei-a assustada. Ela me observou por um tempo antes de prosseguir.
― Sei o que faz durante todos esses meses, Cafira. Soube quando você saiu do treinamento, quando começou a trabalhar buscando pérolas. Não... Não desista. Você é nossa única filha, nossa última chance.
Eu tinha certeza que o estarrecimento estava estampado no meu rosto, e não deveria ser nada bonito. Ela sabia todo esse tempo?
― Mãe, eu só... ― tentei explicar, mas ela não me permitiu prosseguir.
― Agora não é o momento para explicações. Apenas faça ― ela ordena de forma firme, porém carinhosa.
Assenti, sem saber exatamente o que fazer, e segui para a fila ainda me sentindo assustada.
Entorpecida, segui para a parte reservada às garotas de dezoito anos. Dando uma olhadela rápida para Marrie, que me encarava com os olhos verdes injetados e anuviados pela tristeza. Fora da parte central da praça, Arthur assistia a tudo, ele notou que o observava e piscou para mim. Sorri para ele. Eu estava perdoada pelo bolo que havia lhe dado. E na parte dos rapazes, Indigo recebia a atenção comum recebida pelos carreiristas.
Quatro fileiras atrás, Gloria conversava animadamente com as garotas que estavam ao seu redor, despertando-me para o que vinha a seguir. Eu sempre odiei essa garota. Poderia até morrer na arena, mas teria o prazer de ver a fúria estampada em seu rosto quando eu me voluntariasse primeiro, tirando sua chance, acabando com seu sonho de participar dos Jogos Vorazes.
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| | | Roggo Kross Admin
Mensagens : 212 Data de inscrição : 14/11/2013
| Assunto: Re: A Colheita: Distrito 04 Seg Jan 13, 2014 8:47 am | |
| A ESCOLHA — Garotas primeiro. A mulher então vai até o globo onde os nomes de todas as garotas de 12 à 18 anos do Distrito Quatro se localizava. Retira um dos papéis e faz um pequeno suspense enquanto tudo no distrito permanece em silêncio. — Cira Maruviet. Aparentemente todos estão empolgados, exceto a garota de 12 anos que havia sido escolhida. Até uma voz de longe, feminina, se voluntariar. Os Pacificadores a escoltam para o palco. — Seja bem vinda, Cafira Seamus. Então a estranha mulher do Capitólio se dirige para o outro globo anunciar o garoto que irá competir nos jogos pelo Distrito Quatro. Ela se dirige para o globo e retira o papel dos garotos. — Kojo Marco. O pequeno era carreirista a menos de um mês e parecia aflito por ter sido escolhido. Até que uma voz charmosa surge no meio do povo... — Indigo Possmoser! Temos dois voluntários no distrito quatro. Os pacificadores levam o garoto até o palco para que se apresentasse. O cara parecia determinado e feliz por ter se voluntariado. — Se cumprimentem e Happy Hunger Games. A mulher fala com entusiasmo e todos parecem estar felizes com os tributos dos jogos. Talvez esse ano o Distrito Quatro traria um vencedor. Vocês agora devem postar como que foi a sua reação quando seu nome foi chamado, ou quando se voluntariou, e apresentar os sentimentos durante a caminhada até o palco.
Poste o quanto antes. | |
| | | Cafira Seamus
Mensagens : 54 Data de inscrição : 01/12/2013 Localização : Distrito 4
Situação Saúde: (52/100) Fome: (62/100) Sede: (45/100)
| Assunto: Re: A Colheita: Distrito 04 Ter Jan 14, 2014 9:29 pm | |
| Cafira Seamus Antes mesmo que a representante do Capitólio terminasse de entoar o nome da sorteada, minha voz se ergueu por toda a praça. Olhares assustados, espantados e indignados me dardejaram. Saí do meu lugar e me dirigi até o palco, andando confiantemente. Sorrindo para a mulher que me aguardava com um sorriso tão grande quanto o meu.
― Seja bem vinda, Cafira Seamus ― ele cacarejou, com sua voz irritante.
― Muito obrigada ― agradeci. ― Seu vestido é deslumbrante ― comentei, seguindo para meu lado do palco.
Absorvi cada detalhe do estarrecimento estampado no rosto de Gloria, da tristeza exposta num choro desenfreado de Marrie, ou mesmo da surpresa mal contida de Arthur. Pisquei para ele, antes de retomar o foco e esperar o sorteio seguido pelo voluntariado de Indigo.
Ele subiu ao palco, esbanjando confiança e determinação, mas tinha certeza de que ele não esperava que outra pessoa se voluntariasse, tomando o lugar de Gloria como sua companheira de distrito. A mulher pediu para que nos cumprimentássemos. Segurei sua mão, encarando demoradamente seus olhos de um azul estonteante.
― Boa sorte ― disse com firmeza, e sem esperar resposta me dirigi ao Edifício da Justiça, pronta para ser agraciada por minha mãe.
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| | | Indigo Possmoser
Mensagens : 47 Data de inscrição : 01/12/2013 Idade : 29 Localização : Distrito 4
Situação Saúde: (84/100) Fome: (75/100) Sede: (68/100)
| Assunto: Re: A Colheita: Distrito 04 Qui Jan 16, 2014 11:46 am | |
| Indigo Possmoser Aquela gostosa se voluntariou e tomou o lugar da Gloria?! Qual era o nome dela mesmo? Só me lembro quando ela fala no microfone. É muito nome para guardar. Eu sou Carreirista, preciso ter músculos e não memória.
Quando chamam o nome do garoto, percebo que era o mané que começou há pouco no treinamento. Eu não espero ele ter reação alguma para me voluntariar. Todos me aplaudem. A deliciosa melodia da atenção me faz abrir um sorriso de orelha a orelha. Todos me cumprimentam antes d'eu subir no palco.
Casira, ou seja lá qual for o nome dela, me cumprimenta com um aperto de mão e me deseja boa sorte. Mas um aperto de mão não é suficiente para mim. Então eu a pego pela cintura e a beijo. Todos ficam boquiabertos. A solto e pego a sua mão de volta e a ergo, mostrando a todos que somos unidos.
- Achou que ia roubar toda a atenção para você? - cochicho. That boy is a monster! He's a wolf in disguise, but I can't stop staring in those evil eyes... | |
| | | Roggo Kross Admin
Mensagens : 212 Data de inscrição : 14/11/2013
| Assunto: Re: A Colheita: Distrito 04 Qui Jan 16, 2014 12:05 pm | |
| A DESPEDIDA Após se cumprimentarem os tributos são escoltados para dentro do Edifício da Justiça. Os tributos terão o direito de receber os familiares, por cinco minutos até serem levados direto para os aerodeslizadores que os levarão para o Capitólio. Vocês devem postar como foi a despedida com os familiares (SE HOUVER FAMILIARES) e então aguardar a liberação do próximo post. | |
| | | Cafira Seamus
Mensagens : 54 Data de inscrição : 01/12/2013 Localização : Distrito 4
Situação Saúde: (52/100) Fome: (62/100) Sede: (45/100)
| Assunto: Re: A Colheita: Distrito 04 Qui Jan 16, 2014 4:36 pm | |
| Cafira Seamus A sala para a despedida, que mais parecia um cubículo que se fechava ao redor de mim um pouco mais a cada segundo, parecia estar roubando meu ar. A claustrofobia foi um dos muitos motivos pelo quais deixei o treinamento carreirista, pois ficar confinado era um dos treinos mais recorrentes.
Tentei focar minha atenção no lustre de pequenas lâmpadas revestidas por cristais, enquanto tentava lembrar de como se respira, quando a porta se abriu e minha mãe adentrou a sala com o sorriso mais satisfeito que já vira estampado em seu rosto. Não vou negar que aquilo me entristeceu. Ela sabia que eu havia largado o treinamento, que não estava preparada, que minhas chances de morrer eram muito maiores que as dos outros carreiristas, mas mesmo assim estava feliz, como nunca havia estado antes.
― Estou orgulhosa de você, Cafira ― mamãe disse, me abraçando com força. ― Eu sabia que você não iria nos desapontar.
― Não estou preparada, mamãe ― repliquei, soltando as palavras sem pensar.
Ela me afastou na distancia de um braço, me segurando pelos ombros. Seus olhos analisavam meu rosto, e minhas emoções.
― Bem, se não está preparada, a culpa é toda sua. Terá que arcar com as consequências das suas escolhas, Cafira. ― Sua voz era enganosamente doce. ― Prefiro que seu pai morra a ter que ver você perder os jogos.
Ela não enxergava a minha morte. Ela enxergava a minha derrota.
― Sim, mamãe. Não vou decepcioná-los.
― Não, não vai.
A porta, que estava entreaberta, foi escancarada e um pacificador avisou que o tempo havia acabado. Minha mãe acariciou meus cabelos, deu um beijo que pairou poucos centímetros da minha bochecha ― para não me lambuzar com seu batom ― e saiu em seguida, sem nem me oferecer uma palavra de incentivo.
Mal havia me sentado e lá estava Arthur, me encarando curiosamente. No mesmo instante em que meus olhos registraram seus músculos marcando a regata azul, meu cérebro apagou o sentimento de mágoa que sentia por minha mãe. Acendendo um desejo lascivo que queimava entre minhas pernas.
― Sereia, você é imprevisível ― ele comentou, fechando a porta atrás de si. ― Estou chocado, e curioso.
― Toda garota tem seus segredos, Caiçara. Também tenho os meus ― disse, me levantando.
Arthur me agarrou pela cintura e colou meu corpo no seu.
― Você não ouse pensar na possibilidade de não voltar de lá, Sereia ― ele sussurrou junto ao meu ouvido, fazendo os músculos da minha barriga se contrair. ― Estarei preparando a comemoração para sua volta.
Arthur deslizou a mão por meu pescoço, e segurou meu maxilar com firmeza, mantendo meu rosto rente ao dele. Seus lábios roçaram nos meus quando ele disse:
― Vou sentir sua falta.
Ele não me beijou, deixando meus hormônios em estado de ebulição, e antes de me soltar deu um tapa com força no meu traseiro. Então Arthur saiu, trazendo de volta a mágoa que sentia de minha mãe, unindo-se à frustração que ele acabara de me causar.
Eu abria a janela para amenizar o calor, quando ouvi uma choradeira, sendo abafada pela porta agora trancada. Não precisei pensar muito para saber quem era. Pus-me de frente a porta, e Marrie entrou feito um vendaval, me abraçando enquanto se derramava em lágrimas.
― Você não devia ter feito isso, Cafira. Eu ainda tinha esperança de que você ficaria aqui. Comigo. Por mim.
No geral, a choradeira de Marrie me causava uma irritação instantânea. Mas no exato momento eu me sentia feliz. Sabia que faria falta a muita gente. E mesmo que meus pais não estivessem entre essas pessoas, me sentia querida, apesar de ter tomado o lugar da favorita do Distrito Quatro.
Segurei o rosto de Marrie entre as mãos e a beijei delicadamente, sentindo a maciez salobra de seus lábios molhados pelas lágrimas. Como era comum, a garota se empolgou e me atacou de forma quase faminta. Eu realmente queria me despedir dela da melhor forma possível, mas a porta se abriu, fazendo Marrie dar um pulo de surpresa. Do lado de fora da sala, estava Gloria, a garota de quem roubei o voluntariado, e o treinador do Centro Carreirista, Luiz, que eu havia pego algumas muitas vezes.
Um sorriso malicioso se espalhou por meu rosto quando vi a expressão furiosa de Gloria.
― Boa sorte ― desejou Marrie para mim, num tom de voz baixinho, e saiu da sala, aparentemente envergonhada.
― Vieram me desejar boa sorte?
Antes que eu pudesse recuar, Gloria avançou e me socou com força no rosto. Cambaleei para trás e me apoiei na escrivaninha de madeira, enquanto recuperava os sentidos anuviados pela pancada.
― Sua puta desgraçada! ― ela rosnou. ― VOU TE MATAR, VADIAZINHA DE MERDA!
Esperei que ela me atacasse, mas quando voltei a olhar para ela, percebi que Luiz estava contendo-a. Uma risada que mais parecia um gemido de dor escapou de minha boca, e quando dei por mim já estava gargalhando histericamente.
― Você precisa ver sua cara nesse exato momento ― disparei. ― Alguém tem um espelho aí? ― perguntei, erguendo a voz e olhando para fora da sala.
― VOCÊ VAI MORRER NO BANHO DE SANGUE, CAFIRA SEAMUS! ― ela praguejou desvairadamente.
Coloquei a palma da mão em cima da minha bochecha socada, e ergui meu polegar num sinal de positivo para ela, enquanto tentava acalma minha respiração por conta da risada.
Um par de pacificadores entrou na sala, arrastando Gloria para fora, enquanto ela aumentava seu vocabulário de palavrões direcionados a mim. Luiz continuou me encarando impassível.
― Isso vai ficar roxo ― comentei, enquanto cutucava minha bochecha dolorida com o indicador.
― Porque fez isso, Cafira? ― Luiz perguntou, mas não esperou resposta. ― Sabe o quanto a vitória é importante para nosso distrito. Você saiu do treinamento. Não está preparada. Sabe o quanto é estúpido por sua vida em risco desse jeito, Cafira? Como pode ser tão inconsequente?
― Sabe o que é estúpido? ― retruquei, me sentando. Eu me sentia extremamente cansada, sem motivo aparente. ― Esse jogo é estúpido. Estúpido seria continuar naquele treinamento para agradar meus pais. Estúpido é o fato de meus pais preferirem me ver morta a não ter o título que eles tanto desejam. Estúpido é o fato de que eu prefiro morrer a não dar a eles o que tanto almejam, mesmo odiando e sendo contra tudo isso. Foda-se o que você pensa. Foda-se o Distrito Quatro. Estou fazendo isso por eles. ― Eu suspirei, me recostando no assento da cadeira acolchoada. ― Vou fazer de tudo para sair de lá, Luiz ― afirmei. ― Apenas ajude a manter meu pai vivo até lá ― pedi.
Luiz não me respondeu. Inclinei-me para frente, apoiando meus cotovelos nas pernas entreabertas, pondo minha cabeça entre as mãos, enquanto sentia o latejar na minha bochecha direita. Não sei por mais quanto tempo Luiz continuou ali me olhando em silêncio, pois só ergui o rosto quando um pacificador me chamou a atenção. Estava na hora de ir.
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| | | Indigo Possmoser
Mensagens : 47 Data de inscrição : 01/12/2013 Idade : 29 Localização : Distrito 4
Situação Saúde: (84/100) Fome: (75/100) Sede: (68/100)
| Assunto: Re: A Colheita: Distrito 04 Sáb Jan 18, 2014 1:45 pm | |
| Indigo Possmoser Calita deve estar zonza até agora pelo que eu fiz. Não duvido nada que já esteja caidinha por mim... Mas espera, não foi ela que eu comi lá na praia? Deve ter sido...
Muitas garotas entram na sala para se despedirem de mim. O engraçado é que todas me perguntam a mesma coisa: "E aquilo que você me prometeu, ainda está de pé?. Mas que diabos que eu prometi pra esse bando de piranha? Não importa, eu só respondo que sim e elas me retribuem com beijos. Alguns colegas carreiristas também se despedem de mim, mas não ficam muito tempo. Ando de um lado para o outro da sala, inquieto. Sinto que algo está faltan... Meus pais! Eles não apareceram na Colheita e também não chegaram até agora para me desejarem boa sorte. Mas não importa. Eu sou foda, não preciso de boa sorte. Eu vou vencer aquela merda e voltarei vitorioso para o meu distrito.
Logo o pacificador me chama e diz que está na hora de ir. That boy is a monster! He's a wolf in disguise, but I can't stop staring in those evil eyes... | |
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| Assunto: Re: A Colheita: Distrito 04 | |
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