A Colheita: Distrito 10

Admin Mensagens : 212 Data de inscrição : 14/11/2013

A COLHEITA

Uma representante da capital, de roupas em tons de vinho, cor que representava o Distrito 10, aparecera entre a multidão da praça central do distrito, sorrindo histéricamente. Ela subiu no palco, aonde dava para ver os homens e as mulheres separados por idade e sexo.

Havia dois globos ao lado dela, uma estava com o nome das mulheres de todo o Distrito 10, e o outro continha o nome dos homens. Ela sorriu, e no telão no centro da praça começou a passar um filme sobre os dias negros de Panem. Depois do filme, ela pegou o microfone, e falou.

▬ Chegou a hora, de selecionar um corajoso garoto e garota para ter a honra de representar o distrito dez, na septuagésima sétima edição dos Jogos Vorazes.

Atenção, TRIBUTOS

Você deve postar nesse tópico, narrando quando chegou, assistiu o filme e viu tudo acontecer. Mas atenção você irá narrar apenas a sua entrada, o tributo será selecionado por mim, então não deve mencionar que se voluntariou ou foi selecionado, narre apenas que você está presente no local. O que sente.

Poste o quanto antes.

Assunto: Re: A Colheita: Distrito 10 Seg Jan 06, 2014 5:43 pm

DANTE ARCHER

Não dormi bem nessa noite. Acordei a meio do sono várias vezes, sobressaltado - mas por mais que tentasse, não consegui me lembrar do que com estava sonhando que me fez acordar essas vezes todas.

Ainda na minha camisa de dormir, me levantei para ir acordar os meus irmãos. Era ridículo, mas ir minimamente bem vestido para a Colheita continuava sendo um costume em todos os Distritos. Teria de acordar os meus irmãos rapidamente para que eles pudessem se arrumar a tempo.
Comecei pelo quarto de Anthony e Samuel. Bati na porta primeiro, mas não hesitei em entrar.
Anthony ainda ressonava bem alto – mas Samuel, agarrava os cobertores e tinha os olhos bem arregalados. O negro por baixo destes me fizeram adivinhar que talvez ele não tenha dormido sequer.
Lhe lancei um olhar condolente e fui ter com Anthony, abanando-o levemente para o acordar.

- Sabe que dia é hoje – murmuro. - A gente precisa de se arrumar.

O garotinho boceja e se revira dentro da cama, mas logo se levanta. Samuel faz a mesma coisa.

- Vou acordar Cain, - declaro. - Levantem-se e tratem do que é preciso.

Abandono o quarto e me dirijo ao de Cain. Bato na porta.

- Já estou acordado. - oiço do outro lado. - E pronto. Pode se ir embora.

- Tudo bem. - respondo. - Mas vais ter que descer para comer qualquer coisa antes.

Não espero resposta. Em vez disso sigo meu caminho pelo corredor até chegar ao banheiro. Ponho a água a correr e me meto por baixo desta.
“Talvez seja a última vez que tome banho aqui”, penso. “Não, esta será realmente a última vez...”

Era verdade: só agora me apercebera que, mesmo que voltasse Vitorioso, teria que ir viver para a aldeia dos Vitoriosos com os meus irmãos. Este sítio que conheço, onde Zachary viveu... bem, sempre poderia voltar a visitá-lo sempre que quisesse. Ao menos isso esperava.

Uma visão atravessou o meu pensamento como uma flecha. A visão de uma faca sendo lançada, cravando-se no crânio de Zachary. Fora isso...! O que não me deixara dormir bem na noite anterior. Cambaleei e por pouco, atordoado com a visão.

Apressei-me a sair da banheira e voltei para o meu quarto. Me sentei em cima da cama, tentando me acalmar. Respiro fundo. Em meu lado esquerdo estava a roupa que iria utilizar na Colheita. Uma simples camisa social completamente negra. Umas calças comuns no Distrito 10. Umas botas de couro castanhas, que eram do meu pai. E um colete por cima da camisa, da mesma cor das botas. Nada de muito extravagante, mas o suficiente para ser notado no momento em que me for voluntariar.

Mudo de roupa e arrumo meu cabelo. Não o cortava faz anos, mas gostava dele assim. Penteei-o para trás, afastando-o dos meus olhos. Quando sai do quarto e desci as escadas, Anthony e Samuel já me esperavam lá em baixo, este último enfiando o último pedaço de uma sandwich na sua boca. Anthony vestia um terno azul claro e umas botas castanhas, enquanto que Samuel vestia uma camisa social branca e um colete negro, juntamente com um chapéu de cowboy.

Cain apareceu por trás de mim, seus olhos ainda cansados. Mas não era isso que me chamava a atenção naquele momento – era a sua roupa. Cain estava utilizando a mesma roupa que Zachary utilizou no dia em que foi escolhido como Tributo – uma camisa, uma jaqueta castanha e um lenço vermelho ao pescoço. A Capital nos havia devolvido a roupa juntamente com o seu corpo quando ele morreu. Cain provavelmente esteve no quarto de Zachary buscando por ela...

Não me quis chatear com isso agora. Depois de comer algo rapidamente, me dirigi para o estábulo, seguido pelos meus três irmãos. O Distrito 10 era grande e a gente ainda vivia um pouco longe da Praça Principal, pelo que seria melhor nos deslocarmos até lá de cavalo.

*

O nervosismo era notável em todas as pessoas por quem passávamos. Mas nada se comparava ao nervosismo de Samuel – o garoto tremia tanto que dava para ver através das rédeas do cavalo. Desejava poder lhe confortar dizendo que não havia motivo nenhum com que se preocupar, mas estaria mentindo. Ele não irá gostar de saber que terá um dos seus irmãos participando dessa edição.

Chegar à Praça era algo inevitável pelo menos uma ver por ano, por mais que a tentássemos evitar os outros dias todos. Sempre que lá chegava via Zachary sendo escolhido, via meu pai sendo morto. E tenho a certeza que os meus irmãos viam o mesmo.
Guardamos os nossos cavalos na entrada da Praça e nos dirigimos para a fila onde recolherão o nosso sangue. Os meus últimos minutos junto de meus irmãos... não tiro os meus olhos de eles, mas não tenho a coragem para dizer o que quer que seja. E odeio-me por isso.

Só depois de nos ser retirado a todos o sangue é que me viro bruscamente para eles e dou um abraço prolongado a cada um. Talvez não tenha tempo para isso mais tarde.
Anthony já está quase chorando quando eu finalmente ganho coragem para dizer algo.

- Bem, rapazes... - começo. - Aconteça o que acontecer. Peço-vos que não... não se esqueçam dos nossos pais. Não se esqueçam de Zachary. Não se esqueçam de mim nem vocês uns dos outros. Nem do nosso Distrito, o sítio onde cresceram. E acima de tudo, não se esqueçam de vocês próprios. Lembrem-se de quem vocês são e mantenham-se fiéis a vocês próprios. Só vos peço isso, okay? - tento sorrir, mas saiu um pouco torto. Afago a cabeça de Anthony. - Vamos ter que nos separar agora, mas vai correr tudo bem com vocês. Eu prometo.

Cain revira os olhos e é o primeiro a abandonar o grupo. Indico a Samuel para onde se deve dirigir junto dos outros com 12 anos de idade e levo Anthony até ao lugar onde ficam os familiares que não participam na Colheita. De seguida, dirijo-me para junto dos outros com 18 anos de idade.

A mulherzinha vinda do Capitólio não tarda em aparecer, falando com aquela voz tão irritante dela. Ela começa a falar de mil e umas coisas sem importância até passar o chato filme que passam todos os anos. Claro que eu não me conseguia concentrar nele. Ver Samuel assim tão nervoso, Anthony quase chorando? E eu... será que seria o melhor me voluntariar? Deixar assim os meus irmãos? O que pensarão eles...?
Mas Zachary...
Eu precisava me vingar da morte dele. Não ia deixar as coisas assim.

O filme logo termina e a mulher prepara-se para escolher o Tributo feminino que representará o Distrito 10. Sendo os meus irmãos todos rapazes, a única coisa que esperava era que fosse escolhida alguma garota forte que representará bem o Distrito 10 juntamente comigo. Mas nem nisso eu conseguia pensar direito...
O momento se aproximava...

Era agora ou nunca.

When the dark night seems endless,

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Assunto: Re: A Colheita: Distrito 10 Qua Jan 08, 2014 5:53 pm

Ellie Ballantyn

Meus sonhos são os melhores. Sonho que estou em um campo verdinho, perfeito para o gado, galopando em Magnus, até pararmos em um lindo lago. Porque não há um lago desses perto de casa? Viveria nele... Até que tudo é estragado pelo canto de um galo! Maldito! Acordo com um pulo e percebo que já está tarde. Me envolvi tanto no sonho, que até esqueci de acordar. Tomo um banho, visto minhas roupas de sempre e minhas botas. Estou morrendo de fome, espero que Fred tenha feito aquelas torradas que eu tanto gosto e deixado lá para mim.

Saio do meu quarto e vou até a cozinha. Detesto quando acordo tarde, principalmente quando Fred já terminou o café dele e ainda não saiu para trabalhar.

- Ué, Ellie, vai trabalhar hoje, minha filha? Dê um descanso para o gado... - diz Matt.

- Um descanso dessa sua cara amarrada. - completa Fred. Decido não responder nada já que ele fez as torradas que eu gosto.

- Porque eu deveria não ir trabalhar? - pergunto.

- Hoje é dia da Colheita, lesa. - responde Fred. Decido relevar outra vez. - Tão durona que nem lembra da matança...

- Sou mesmo. Eu não me importo com essa frescura toda desses putos... Terminei meu café, acho que já podemos ir.

- Comeu o suficiente? - pergunta Matt.

- Sim! Minha barriga tá tão cheia que parece que eu tô prenhe de um bezerro.

- Machos não emprenham, querida... - Fred se intromete mais uma vez.

Depois desse lindo comentário dele, me levanto da mesa. Matt me diz para ir me arrumar, mas ele sabe que eu não ligo nem um pouco pra essa frescura de ir toda mulherzinha para lá, então decido ir com a roupa do trabalho mesmo. Camisa e calças esfoladas e uma bota de couro pra lá de velha. Só coloco o meu chapéu e vou. Chegando na praça, me viro para os dois e digo.

- Eu acho que é aqui que eu me despeso...

- Credo, minha filha, falando assim até parece que você vai ser sorteada! - interrompe Matt.

- Relaxa! Se ela for sorteada eles vão pagar para todo o distrito para a aceitarem de volta.

Esse comentário foi a gota d'água. Fecho o meu punho e dou um soco no ombro de Fred, então viro as costas e saio. Ele fica rindo atrás de mim, enquanto eu me cadastro. Tiro o maldito do sangue e vou junto com as garotas da minha idade. Fico esperando a horrorosa do Capitólio terminar o showzinho dela e tudo isso acabar logo para eu voltar para casa e voltar ao trabalho.

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A ESCOLHA

— Damas primeiro.

A mulher então vai até o globo onde os nomes de todas as garotas de 12 à 18 anos do Distrito Dez se localizava. Retira um dos papéis e faz um pequeno suspense enquanto tudo no distrito permanece em silêncio.

— Ellie Ballantyn.

Os pacificadores dirigem a pequena garota até o palco para que se apresente. Para então a estranha mulher do Capitólio anunciar o garoto que irá competir nos jogos pelo Distrito Dez.
Ela se dirige para o globo e retira o papel dos garotos.

— Cain Arshavin.

Um garoto jovem, de aproximadamente 16 anos solta um suspiro de alívio quando um tributo se voluntaria.

— Uau! Um voluntário. Venha, Dante Archer. Se cumprimentem e Happy Hunger Games.

A mulher fala com entusiasmo, porém nada disso interfere no resto da população que assistia atentamente à colheita.

Vocês agora devem postar como que foi a sua reação quando seu nome foi chamado e apresentar os sentimentos durante a caminhada até o palco.

Poste o quanto antes.

Assunto: Re: A Colheita: Distrito 10 Seg Jan 13, 2014 5:16 pm

DANTE ARCHER

A mulher do Capitólio não perde tempo e retira o papel que conteria o nome da garota de representaria o Distrito 10. Espero, impaciente.

Ellie. Eu reconheço esse nome... sim, reconheço. Era a garotinha filha de um casal gay conhecido no Distrito. A garotinha idiota que me veio chatear há uns dias... não me consigo conter e solto uma pequena risada. Verdade que uma garotinha de 12 anos me acompanharia nos Jogos!? De tantos nomes que podiam ter saído?
“Veremos então quem é melhor com o chicote”, penso.

A mulher prossegue para escolher o rapaz que representaria o Distrito. Representaria. Eu teria que me apressar em voluntariar. Esta seria a primeira edição desde a Revolução, não contando com a passada em que apenas participaram os membros da antiga Capital, pelo que não saberia se outra pessoa tinha a intenção de tentar a sua sorte nos Jogos... não, dúvido muito. Mas nunca se sabe.
Penso em Samuel e em Cain. E se por acaso algum deles fosse mesmo escolhido? Eu seria conhecido pelo rapaz que se voluntariou pelo irmão, não pelo rapaz que se voluntariou para vingar o irmão. Iria parecer um remake podre da 74º Edição que mudou o país por completo... bem, mas por pouco tempo.
As imagens da Zachary na Arena voltam a surgir em minha cabeça. Flashes que me deixam sempre atordoado. Eu posso ter o mesmo destino... O que seria dos meus irmãos? Eu sou o último pilar que sustenta a família Archer. Estaria eu realmente preparado? Esta seria a minha última chance... e aliás, poucos esperavam o regresso dos Jogos tão cedo, pelo que os Carreiristas deste ano não seriam tão fortes. Mas... tinha que me lembrar do porquê de estar aqui. Agora não via apenas Zachary, via todos os meus entes queridos que morreram. A maioria deles ou por causa dos Jogos, ou por causa do sistema. Vejo os olhos de Citrine mirando Zachary. O corpo dele no chão...

A voz estridente da mulher interrompeu a minha cadeia de pensamentos. Cain? Ela disse Cain? Senti um peso enorme no peito ao escutar o nome do meu irmão, mas ouvir o seu sobrenome rapidamente me aliviou - mas me deixou assustado. Nem presto a mais nada, logo no mesmo segundo eu exclamo:
- Eu me voluntario como Tributo.

Caminho até ao palco em passos lentos, mas confiante. Os meus olhos estão bem fixos na mulher do Capitólio. Não estava sorrindo. Porque haveria? Não estava feliz, nem um pouco. A partir de agora, só tinha um objetivo: vingar a morte de Zachary e voltar para casa. E não aceitaria a morte tão facilmente.

Subo no palco, queixo erguido. Não me atrevia a olhar para os meus irmãos; evitava fixar a minha atenção no público. Apenas cumprimentei a minha futura companheira de Distrito com um sorrisinho irônico e manti minha postura até sair do palco.

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Assunto: Re: A Colheita: Distrito 10 Qua Jan 15, 2014 11:57 am

Ellie Ballantyn

Mas. Que. Merda.

Olho ao redor e todas as garotas estão rindo de mim. Algumas até com a expressão de espanto. Minha vontade agora é gritar e socar a cara de todo mundo, principalmente daquela vadia do Capitólio. Vou em direção ao palco e encaro todos que me olham. Devo estar mais vermelha que a roupa daquela ridícula. Vermelha de timidez? Não! Vermelha de ÓDIO!

Fico ao lado da biscate e então ela sorteia o garoto. Não presto muita atenção ao que acontece à seguir, só quero procurar Fred e Matt no meio da multidão. O que serão deles sem mim? É então que percebo um dos irmãos Archer ao meu lado. Eu não ouvi o nome dele sendo chamado, será que o maldito se voluntariou? Ele é mais burro do que eu imaginava...

- Mas que porra! - exclamo, quando ele sorri sarcasticamente e sai.

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Admin Mensagens : 212 Data de inscrição : 14/11/2013

A DESPEDIDA

Após se cumprimentarem os tributos são escoltados para dentro do Edifício da Justiça.

Os tributos terão o direito de receber os familiares, por cinco minutos até serem levados direto para os aerodeslizadores que os levarão para o Capitólio.

Vocês devem postar como foi a despedida com os familiares ~~(SE HOUVER FAMILIARES)~~ e então aguardar a liberação do próximo post.

Assunto: Re: A Colheita: Distrito 10 Qui Jan 16, 2014 12:54 pm

DANTE ARCHER

Sou direcionado para o Edifício da Justiça onde me indicam para aguardar na sala de despedidas. Estou um pouco nervoso – como reagiriam meus irmãos? Como lhes explicaria a razão porque me voluntariei sem parecer um idiota?
Esta sala me trazia arrepios. A última vez que aqui vim, foi para me despedir de Zachary... para sempre.

Claro que não estava enganado. Não tardou nem um minuto para que a porte se abrisse – talvez se arrombasse seria o correto, porque alguém empurrou a porta com tanta força que de certeza que nem a abriu com a maçaneta.
A porta embateu com toda a força na parede e Cain apareceu disparado em direção a mim.
Ele me empurrou até à parede e me segurou pelo colarinho. Anthony e Samuel vinham atrás dele, assustado.

- Eu sabia! Eu sabia que você ia fazer essa merda! - ele gritava tão alto que provavelmente se ouviria lá fora também, mas ele evitava o contato visual. - Mas que porra, Dante!

O que ele queria dizer com isso? Como que ele já sabia?

- Cain, eu... - começo, mas logo sou interrompido.

Não diga mais nada, idiota! - Ele me larga e se afasta, limpando a boca à manga da camisa. Ele agora me fitava com os olhos mais vermelhos que eu já alguma vez vira. - Primeiro a mãe, depois Zachary e depois nosso pai... mas você não aprendeu nada com isso!? Como foi capaz de cometer uma idiotice como essa!? Quer dar cabo da nossa família de vez? - Cain estava arfando a agora parecia esperar que eu dissesse algo.

Só que eu não conseguia arranjar as palavras certas.

- Escuta, Cain... e vocês também – digo, olhando para Anthony e Samuel. - Eu já tinha tomado esta decisão faz muito, estou bem preparado. Tenho contas a ajustar com alguém e logo depois voltarei para casa...

- Mas você... ugh! Não tem cérebro, só pode! - Cain parecia preparado para me bater mas logo se controlou. - Acha que isso faz algum sentido? Com quem tem de ajustar contas? É com o garoto do 1, que matou Zachary!? O que isso irá trazer de positivo para nós? Quer acabar como o nosso irmão, é assim que vai honrar o seu nome!?

- O vosso tempo acabou – indicou uma voz do outro lado da porta. Samuel e Anthony correm em minha direção, me abraçando.

- Boa sorte, - Samuel murmura.

Eu afago a cabeça de cada um deles e lhes peço que confiem em mim. Eles correm em direção à porta, onde Cain me fita cheio de ódio no seu olhar.

Ele retira o lenço de Zachary do seu pescoço e o atira em direção a mim.

- Você é um egoísta, Archer! - ele berra, enquanto é puxado para fora da sala por um pacificador – UM EGOÍSTA!
Isso é a última coisa que ouço enquanto vejo os olhos tristes de Anthony me olhando enquanto a porta se fecha em frente dele.

Suspiro ao me sentar na cadeira da sala.

Olho para o lenço de Zachary que Cain me atirou. Foi o lenço que ele havia utilizado no dia da colheita em que foi escolhido... o facto de Cain o ter utilizado nesta Colheita só me assegurava que ele já sabia que eu me iria voluntariar. Ou isso, o que ele se pretendia voluntariar... mas não, duvido muito que ele fizesse isso.

Prendi o lenço vermelho em volta do meu braço direito. Ouvi alguém batendo na porta, e quando dei permissão para entrar, Frank apareceu.

- Oi, Sinistro. - ele disse, tentando fingir um sorriso.

- Parece que agora sou eu o Idiota também. - comento.

- Vi os teus irmãos há bocado, Cain não parecia nada contente.

- Os outros dois também não pareceriam se entendessem uma porra do que se passa. - afundo a minha cara em minhas mãos e suspiro alto, atirando o cabelo para trás quando a volto a levantar. Mas não consigo olhar diretamente para Frank.

- O que é que te deu, Dante? Porque é que fizeste isto? - Ele tenta aproximar-se, mas eu me afasto.

- Você sabe muito bem o porquê. - respondo, secamente. - Agora não me faça sentir ainda pior com isso.

- Okay, okay – ele responde atrapalhadamente, sacudindo as mãos. - Só não seja ainda mais idiota na Arena. - ele sorri um pouco, mas o olhar triste não tarda em se manifestar de novo. - … por favor. - ele acrescenta num murmuro.

Eu finalmente ganho coragem para me levantar e olhar ele nos olhos.
- Desculpa Frank, você não merecia isto. Nem você nem os meus irmãos. - apoio a minha mão em seu ombro e fito o chão. - Eu realmente sou um egoísta. Mas... - volto a levantar a cabeça, fitando Frank nos olhos. - Eu irei vingar ela também.

Frank parece quase congelar e eu juro ter visto uma lágrima quase escapando do seu olho, que ele teimou em esconder.

- Eu sei que você vai. - ele se limita a responder.

- Dê um olho em meus irmãos de vez em quando, só lhe peço isso. Cain não está muito bem. - me apresso a dizer, quando ouço o homem avisando Frank de que o seu tempo havia terminado.

- Irei. - ele responde, esfregando os olhos. - Boa sorte, Sinistro.

Então a porta se fecha em suas costas.

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